E se eu parasse de sonhar?
E se eu parasse de me perguntar pra quê ou por quê?
Nesse trem chamado vida, eu quase sempre me perco
Quase sempre me esqueço, de onde pretendo chegar
Sou escravo da rotina, o tempo é o Senhor do Engenho
Meu mapa eu desenho, mas sempre me esqueço de algum lugar
Eu queria fazer um poema, mas só joguei palavras no papel
O problema é que eu me preocupei com o que queria passar e esqueci das rimas
Ou talvez elas pediram férias, porque geralmente eu abuso delas
E não pago os direitos que elas merecem
Todo esse papo esquisito não faz sentido
E aliás, eu iria escrever sobre o quê mesmo?
Ah sim, os sonhos
Não aqueles de quando durmo, estes o despertador cessa
Os de acordado é que me perseguem, têm vida própria, têm pressa
Sinto como se o mundo cobrasse satisfações
O próprio sol só brilha para me lembrar das minhas obrigações
É uma pressão fantasiada
Marcação exagerada
Muita gente alienada
Agora é assim
Os sonhos correm atrás de mim
A vida é uma maratona, onde quase tudo funciona
Em um estalar de dedos e tudo vem à tona
Cansado dessa droga de cultura, maldita overdose
Tentei fugir, mas versos se reproduzem por mitose
Não peço nada, porquê eu já pedi demais
Tentando encontrar Jesus num mundo que só liberta Barrabás
Implorando por paz, num zás-trás, ergo a bandeira branca
Felicidade é uma arte, e cara, a entrada é franca
Quase ninguém se manca que ser feliz de verdade
É esquecer do exagero e viver da simplicidade
Busco encontrar um caminho, consciente de que eu sou a estrada
Vou vivendo sem roteiro e sem destino
Mas os sonhos sempre vão na minha mala
Parceria literária: Gabriel Afonso e Ian Emcee
Parceria literária: Gabriel Afonso e Ian Emcee
E a mala quando se abre espalha sonhos pela estrada e tudo recomeça mesmo que já esteja no fim...
ResponderExcluirBonito e completo de razão!
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